Condeixa integra projeto internacional para incentivar separação de lixos

A Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova integra o projeto internacional LIFE PAYT, em parceria com outros municípios e instituições, foi hoje anunciado.

O projeto LIFE PAYT, aprovado pela Comissão Europeia em Junho de 2016, designado “PAYT – Ferramenta para Reduzir Resíduos no Sul da Europa”, pretende introduzir métodos, tecnologias e acções, que conduzam à alteração de comportamentos por parte da população em relação aos resíduos, contribuindo para a prevenção e redução da quantidade de resíduos indiferenciados e para o incremento da separação.

Pioneiro no sul da Europa, este projeto tem por base o princípio “Pay-as-You-Throw” ou seja, “pague apenas o que deita fora”, e visa incentivar através de mecanismos financeiros a separação na origem e o aumento dos resíduos de embalagem enviados para reciclagem.

Esta operação aprovada na convocatória de 2015, do Programa LIFE gerido pela Comissão Europeia, ronda os dois milhões e meio de euros, e é liderado por Célia Dias-Ferreira, coordenadora do Grupo de Investigação em Ambiente e Sociedade CERNAS – Centro de Estudos de Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC).

O projecto teve início a 01 de Setembro de 2016 e tem a duração de três anos. O consórcio liderado pelo IPC inclui mais sete parceiros: Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova, Câmara Municipal de Aveiro, Câmara Municipal de Lisboa, Câmara Municipal de Larnaka (Chipre), Câmara Municipal de Vrilissia (Grécia), Universidade Técnica Nacional de Atenas (Grécia) e Universidade de Aveiro.

Projeto LIFE PAYT Condeixa

Durante o projeto LIFE PAYT será aplicado um tarifário ‘PAYT’ aos cerca de 440 produtores de resíduos urbanos, incluindo não só os que produzem acima de 1 100 L de resíduos por dia, mas também os produtores não-domésticos que estão abaixo deste valor. A lista inclui supermercados e pequenas lojas, restaurantes, lares de terceira idade, jardins-de-infância e algumas unidades industriais.

A intervenção do projeto nesta área irá implicar alterações ao sistema de recolha actualmente em uso, em que os produtores domésticos e não-domésticos partilham os mesmos contentores.

Durante o projeto serão distribuídos aos produtores não domésticos contentores para seu uso exclusivo, identificados com um chip RFID (radio frequency identification). Na altura da recolha, a informação do chip é lida por um sensor óptico adicionado ao veículo de recolha e os dados são transmitidos por GPRS para uma plataforma centralizada, onde serão processados. O volume de resíduos medido é incluído na factura a enviar no fim do mês ao proprietário do contentor.

A identificação dos contentores através de um sistema RFID é essencial para garantir a rastreabilidade, monitorizar a quantidade de resíduos produzida e optimizar as rotas de recolha.

Além da identificação dos contentores, também a melhoria dos veículos de recolha e a optimização das rotas de recolha serão desenvolvidas. Os contentores muito velhos ou danificados serão substituídos e novos ecopontos serão instalados para reforçar o circuito da recolha selectiva.

Em Condeixa espera-se um aumento significativo da quantidade de recicláveis recolhidos como resultado do projeto, em 1082 toneladas por ano, com um valor de mercado de 138,547 € (SPV).

O projeto é composto por uma equipa de especialistas, de diferentes universidades e áreas de actuação, desde engenheiros até cientistas sociais, que decidiram unir esforços com as equipas técnicas e de gestão de cinco municípios de Portugal, Grécia e Chipre, para implementar o projeto LIFE PAYT.

Como ligar os resíduos a quem os produz?

A equipa irá fazer uso de diferentes estratégias de forma a interligar o produtor de resíduos com a quantidade de resíduos produzidos, nomeadamente:

– Identificação do contentor, através da utilização de tecnologias RFID em contentores individuais. Na altura da recolha, a informação do chip no contentor (volume e proprietário) é lida por um sensor óptico no veículo de recolha e os dados são transmitidos por GPRS para uma plataforma centralizada, onde serão processados. O volume de resíduos é incluído na factura a enviar no fim do mês ao proprietário do contentor.

– Identificação do utilizador: dando o acesso a contentores públicos através de cartões de identificação. Ficarão registadas todas as vezes que um determinado morador utiliza o contentor para colocar os seus resíduos, e essa informação será enviada via GPRS para uma plataforma centralizada, para processamento. O volume de resíduos depositado por cada morador é depois calculado com base no número de vezes que acedeu ao contentor e no volume compartimento onde coloca o lixo. Esta informação é utilizada para elaborar a factura mensal.

O lançamento do projeto LIFE PAYT está marcado para amanhã à tarde nos Paços do Concelho, em Lisboa.

Notícia original publicada no Campeão das Províncias.