Está em dúvida projecto inovador na recolha de resíduos urbanos no bairro da Forca-Vouga

Diário de Aveiro Fonte: Diário de Aveiro – Página 03 – 11 de Janeiro de 2020 

O projecto “LIFE PAYT”, que visa reduzir a factura do serviço de recolha de resíduos sólidos urbanos aplicada aos munícipes e aumentar a separação, mantém um contentor em teste no bairro da Forca-Vouga, em Aveiro, dada a impossibilidade técnica de arrancar com este projecto em pleno, sendo que não é seguro que venha a ser implementado na cidade. “Não sabemos se irá avançar ou não”, transmitiu, ontem, a Câmara ao Diário de Aveiro. Após a fase de teste, será feita uma “avaliação para decidir se o projecto continua ou não”. Segundo a autarquia, está em causa a resolução de “um problema de hardware”, ou seja, ainda não foi possível resolver o problema de abertura e fecho da tampa do contentor. O contentor em teste está instalado na Rua de Moçambique, no bairro que a Câmara escolheu para a implementação deste projecto. Um plano em curso, mas incerto quanto à sua concretização, que a Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA) critica, apontando para “falhas no desenvolvimento de um projecto europeu”. Joaquim Pinto aponta ainda para a falta de “implementação de novos sistemas de controle e cobrança da taxa de resíduos, fazendo a aplicação do princípio do utilizador pagador, utilizando a zona da Forca no seu projecto-piloto já em desenvolvimento”, como a autarquia descreve no plano camarário em 2018.

Se for executado em Aveiro o “PAYT” (“pague-apenas-o-que-deita-fora”) possibilitará a aplicação de uma tarifa consoante o peso do lixo depositado pelos moradores nos contentores, constituindo um projecto europeu em curso em Aveiro, Condeixa, Lisboa, Vrilíssia (Grécia) e Lárnaca (Chipre). Usando um cartão que aciona a abertura do contentor, equipado com leitor electrónico, são medidos os resíduos depositados por cada munícipe. Ou seja, “quanto mais (o munícipe) separar os resíduos, menos resíduos necessita de depositar no contentor de indiferenciados e menos pagará de tarifa de resíduos urbanos”. Por isso, nestes contentores devem ser depositados, apenas, os resíduos indiferenciados e não vidros, plásticos e papel, entre outros. Com um sistema destes em funcionamento será possível ainda fazer a leitura dos acessos transmitida pela rede de telemóveis e consultar a factura simulada. Este projecto tem metas já definidas, prevendo-se que “uma família residente no bairro irá, por ano, produzir menos 253 quilogramas de resíduos indiferenciados, emitir menos 73 quilogramas de resíduos indiferenciados, emitir menos 73 quilogramas de gases com efeito de estufa e enviar para a reciclagem mais 170 quilogramas de resíduos”. Segundo o projecto, “cerca de 22 por cento de todos os resíduos gerados são passíveis de ser colocados nos ecopontos, estimando-se que, por ano, 73 toneladas de resíduos recicláveis são misturadas com os resíduos indiferenciados” JP.